Procurando ideias para um Programa de CX de sucesso que possa alavancar seus resultados? Neste artigo você encontra isso e muito mais!
Tempo de Leitura: 7 minutos
Saber mais sobre CX (Customer Experience) é algo que profissionais de qualquer área deveriam tomar como objetivo. Afinal, “o cliente sempre tem razão” e é hoje o foco para que uma marca se diferencie, independentemente do segmento.
Por isso também que empresas estão se dedicando e buscando construir um Programa de CX, para que possam elevar suas ações nesse sentido e usufruir dos benefícios gerados por esse tipo de estratégia. Mas, o que é um Programa de CX e como tirá-lo do papel?
No TUP4EXP 2022, evento de tecnologia promovido pela TecnoSpeed e a Casa do Desenvolvedor, tivemos uma palestra exatamente sobre isso. Ela foi ministrada pela Cynthia Kitasato, que é Superintendente de Estratégia CX na Alelo e tem mais de 15 anos de experiência nas áreas de Produtos, Marketing e CX.
E, para que membros da nossa comunidade, como você, pudessem ter acesso a esse conteúdo tão relevante, reunimos os conceitos e ideias da palestra neste artigo. Então, acompanhe a leitura até o final e venha aprofundar seu conhecimento e práticas de CX com a gente!
Conteúdo
MostrarOcultarO que é um Programa de CX?
Falando em termos conceituais, um Programa de CX é um “projeto em larga escala, tanto em tempo como em amplitude, que visa elevar o patamar de maturidade da organização em termos de Centralidade no Cliente”.
Essa definição baseia-se na adotada pela CXPA, a associação global dos profissionais de Customer Experience e maior referência no assunto.
A partir desse conceito, é possível entender que esse tipo de movimentação é um verdadeiro investimento. A estruturação de um Programa de CX de sucesso não acontece de um dia para o outro e exige disciplina e esforço. Justamente por isso que o projeto é segmentado em etapas e milestones.
O ponto de partida é a implementação de um núcleo de CX, ou seja, um departamento ou equipe que ficará responsável por orquestrar as ações de experiência da organização.
Este núcleo deve ser desenvolvido de forma superintegrada às demais áreas da empresa para poder, gradualmente, envolvê-las e torná-las multiplicadores de CX.
Com essa movimentação, pouco a pouco, o núcleo se torna um elemento de sustentação permanente dos esforços de centralidade. Mas esses esforços passam a ser originados pelas próprias áreas que compõem a organização.
Em outras palavras, o que ocorre é a internalização do CX no mindset e na ação perene da companhia. E a consequência disso é o posicionamento do cliente no centro das estratégias organizacionais de forma orgânica e definitiva.
A era da experiência do Cliente
Agora você já sabe o que é um programa de CX e como é seu funcionamento básico. No entanto, talvez ainda se pergunte porque investir nisso é importante ou interessante.
Para responder isso, vamos olhar um pouco para o passado e as estruturas de comportamento que existiram na nossa sociedade:
Era da Manufatura
Em 1900, era a manufatura em massa que tornava as empresas bem sucedidas. Ou seja, o volume e agilidade de produção era o que diferenciava os negócios. E esse mindset tinha ligação direta com a Revolução Industrial. Ford e Boeing são exemplos de empresas que se destacaram nesse modelo.
Era da Distribuição
Já a partir de 1960, boa parte das marcas já tinham se adaptado à produção em escala e, então, o diferencial passou a estar na distribuição. A evolução dos sistemas de transportes e a ideia de conexão global tiveram grande parte nessa mudança cultural. E empresas que podem ser consideradas exemplos desse período são a Walmart, a Toyota e a P&G.
Era da Informação
Então, em 1990, tivemos a chegada da internet e nem precisamos dizer o quanto isso impactou os negócios e as formas de consumo. Neste período, o foco passou a estar na informação e nas possibilidades trazidas por isso. Foi a ascensão das empresas de tecnologia (que hoje são gigantes) como Google, Facebook e Amazon.
Era do Cliente
Por fim, como uma evolução natural do empoderamento do consumidor trazido pela globalização, digitalização e o acesso à informação, foi instituída a Era do Cliente a partir de 2010.
Essa era perdura até hoje e seu ponto-chave é o nível de serviço ao consumidor. As pessoas passaram a perceber que tinham opção e voz, e a comunicação deixou de ser unidirecional. As marcas precisaram começar a ouvir e se adaptar para atrair e converter clientes.
Resumindo: quem é capaz de oferecer a melhor experiência, adaptada às necessidades e desejos do cliente, se diferencia e tem mais sucesso. Dois fortes exemplos desse tipo de abordagem são a Apple e o Nubank.
Exatamente por isso que um Programa de CX é uma decisão estratégica e uma movimentação indispensável para os negócios atualmente. E se você já entendeu isso, é hora de descobrir mais sobre a prática de Customer Experience…
A tríade do CX
Ok, estamos na Era do Cliente e ele precisa ser colocado no centro para a criação de boas experiências. Mas, o que determina esse feito? Do que é feita uma “boa experiência”? Você pode usar a tríade do CX para obter essa definição.
Primeiro, uma boa experiência dá ao cliente a sensação de sucesso, de que os seus objetivos foram atingidos. E, aqui, estamos falando de um lado mais funcional e prático da relação entre consumidor e marca mesmo. O cliente precisa ter suas necessidades atendidas.
O segundo ponto é o esforço. Afinal, se as necessidades foram atendidas, mas o cliente teve que se esforçar significativamente para isso, a experiência será dificilmente considerada “boa”. Portanto, o segundo passo é oferecer o que seu consumidor/usuário precisa e quer de forma fácil, com baixo esforço.
Por último, o cliente precisa se sentir bem. A experiência deve ser capaz de despertar emoções positivas e estabelecer um vínculo afetivo com o consumidor. Isso tanto durante as etapas de compra quanto durante o uso do produto ou serviço.
Com esses três passos e níveis de estratégia, é possível criar uma boa experiência. E uma boa experiência é sinônimo de cliente feliz, geração de receita e negócio saudável.
Portanto, o cliente é o grande orientador das empresas que têm sucesso e crescem de forma sustentável. Mas, como as experiências não podem ser pensadas isoladamente, o estabelecimento de um Programa de CX é a melhor forma de adotar esse mindset e propósito. E, é claro, tirá-lo do pensamento e do papel!
As disciplinas de CX e ideias para começar seu programa por aí
Convencido(a) a começar um Programa de CX na sua empresa? Então, vamos falar sobre como fazer isso!
Implementar um Programa de CX de sucesso exige muito mais do que só querer e fazer. É preciso ter fundamento e método. E novamente temos a CXPA como suporte, uma vez que ela nos traz quais disciplinas de CX precisam ser observadas.
São seis disciplinas, ou aspectos, que devem ser estabelecidos para guiar o processo de adesão ao Programa de CX:
1. Cultura de CX
Antes de qualquer coisa, é necessário adotar uma Cultura de CX. Ou seja: um sistema de valores e comportamentos que garantam o engajamento de todo o time no objetivo de entregar uma excelente experiência ao cliente.
Sem um mindset ativo e o envolvimento das pessoas que compõem a empresa, qualquer movimentação será praticamente impossível. E o que é possível fazer para estabelecer essa cultura?
- Faça um diagnóstico do nível de maturidade da empresa sobre esse mindset
- Crie um nome e uma identidade para o seu Programa de CX
- Garanta patrocínio e total suporte das pessoas C-Level (inclusive e principalmente do CEO!)
- Aprofunde o conhecimento do seu time sobre Customer Experience
- Organize treinamentos para as lideranças
- Pense em estratégias de reconhecimento e incentivo às ações centradas no cliente
- Estruture um programa de embaixadores, com representantes de todas as áreas capacitados e comprometidos em multiplicar a cultura e as iniciativas de CX
- Inclua as demandas e a cultura CX nas suas avaliações de competências e desenvolvimento
- Planeje e realize ações de engajamento que possam potencializar esse mindset – aqui, deixe a sua criatividade falar mais alto!
2. Estratégia de CX
Com uma cultura estabelecida, é possível partir para a estratégia de CX. Ela deve ser pensada de forma sincronizada e complementar à estratégia geral corporativa.
E, principalmente, deve definir com clareza qual a experiência que se pretende entregar ao cliente. Assim, ela poderá orientar os demais passos desse processo.
Então, na hora de desenvolver sua estratégia de CX:
- Defina um grande direcionador que seja ligado ao propósito da companhia e sentido por todos os stakeholders
- Elenque o que você quer que seus clientes sintam ao se relacionar com a sua marca
- Determine princípios que garantirão os sentimentos listados acima e nortearão as ações
- Faça o detalhamento desses princípios para torná-los mais tangíveis e claros para toda a organização
3. Compreensão do cliente
Para constituir um pensamento e uma ação centrada no cliente é fundamental conhecê-lo e, mais do que isso, compreendê-lo.
Então, o terceiro passo é entender quem é seu cliente, o que ele precisa, o que valoriza, como pensa, como se relaciona, sua jornada com a sua e outras marcas… enfim, sua opinião e comportamento de forma contínua. Dentro disso, você pode:
- Aplicar pesquisas NPS, CSAT e CES
- Buscar formas de fortalecer a voz do cliente
- Estabelecer uma ponte de contato e um relacionamento próximo e constante com seu público
- Democratizar e disponibilizar esses dados para todos da companhia
- Priorizar ações baseadas nas reais necessidades e expectativas dos seus clientes
- Definir uma agenda periódica para manter essa movimentação e informações sempre atualizadas
4. Design
Com uma visão aprofundada sobre o cliente, você poderá começar a traçar ideias para gerar essa experiência desejada.
A etapa do design é a movimentação cujo foco é garantir que as boas experiências dos seus clientes não aconteçam acidentalmente e ocasionalmente, mas de forma intencional e consistente.
Para construir produtos, serviços e experiências centrados nos clientes, vale a pena investir em áreas como UX, Service Design e Pesquisa em Design, além de explorar as metodologias disponíveis e trazer o cliente para perto para colaborar nesse processo.
5. Medição
Com as ideias delineadas, o próximo passo é validá-las. A disciplina de medição existe justamente para captar as percepções do cliente e o impacto que as ideias e ações de CX renderam ao negócio.
Para isso, é preciso se apoiar na estratégia e em métricas, tanto as gerais como as específicas de customer experience e customer success. Algumas ideias nesse sentido são:
- Pensar práticas de mensuração e coleta de feedbacks dos clientes
- Adotar processos de medição e análise frequentes, eficientes e confiáveis
- Respeitar a quarentena e segmentação para envio (nada de bombardear seu cliente com pesquisas que vão afetar a experiência dele negativamente e deixá-lo desengajado, em vez de mais engajado)
- Cruzar as métricas operacionais com as métricas de CX para garantir o bom funcionamento do “básico” e abrir espaço para novas iniciativas
6. Governança
Por fim, fechando este ciclo (sim, o Programa de CX é um ciclo!), temos a governança. Esta etapa diz respeito justamente à manutenção deste esforço, do alinhamento e da responsabilidade de todos para sustentar a estratégia da experiência.
Sem uma governança clara do programa, é menos provável que a execução dele saia como o esperado ou, sequer, saia do plano das ideias. E todos os esforços anteriores serão em vão. Para estabelecer uma boa governança, sugerimos:
- Utilizar todos os canais de comunicação interna da organização e oportunidades para engajar as pessoas e potencializar o Programa
- Priorizar o impacto no cliente em todos os investimentos e iniciativas
- Incluir as métricas de CX nos ORKs
- Implementar e acompanhar o ROX – Return on Experience para todos saberem que está valendo a pena
Seguindo essa trilha e implementando essas ideias, você poderá implementar seu Programa de CX – e ele será um sucesso!
Gostou de conhecer esse conceito e está com a cabeça borbulhando de ideias? Então, vamos continuar esse papo e trocando conhecimentos sobre Experiência.
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