Gestão de Software Houses: insights poderosos para seu negócio

Papo de SH: dicas e insights para otimizar a gestão da sua empresa de software

Papo de SH: dicas e insights para otimizar a gestão da sua empresa de software

Procurando soluções para gestão de software houses? Neste artigo, mostramos como melhorar a eficiência de seus produtos e times, e ainda baixar custos.

Tempo de Leitura: 7 minutos

A gestão de software houses e times de tecnologia é cheia de desafios, mas pode se tornar mais fácil e eficiente com algumas estratégias. Afirmamos isso sem medo, pois vivemos todos os dias, há 16 anos, essa realidade.

Aqui na TecnoSpeed, já tivemos diferentes formas de organização interna, passamos por diversas etapas de crescimento e níveis de maturidade, e estamos sempre em busca de oportunidades de expansão e melhoria.

Entretanto, não chegamos até aqui apenas desenvolvendo e vendendo softwares. Nós construímos uma verdadeira comunidade de profissionais e negócios de tecnologia: a Casa do Desenvolvedor. Isso porque acreditamos que colaborando e compartilhando conhecimento conseguimos ir mais longe e gerar um impacto ao nível de mercado.

E é justamente isso que há como motivação por trás deste artigo. Nos próximos parágrafos e tópicos, você encontra algumas práticas que mantemos aqui na TecnoSpeed, compartilhadas pelo nosso CTO, Rodrigo Ramalho. 

A partir delas, você pode delinear, complementar ou otimizar suas estratégias de gestão para ir mais longe. Então, se ajeite na cadeira, tome notas se quiser e vamos lá!

Conheça nosso manifesto

Demandas de desenvolvimento de software

Quando o assunto é desenvolvimento de software, demanda não falta, não é mesmo?

Há sempre algo para corrigir, otimizar ou implementar; um nicho, demanda ou cliente novo para atender. O backlog parece que nunca tem fim.

E aí, surge a grande questão: como dar conta de tudo isso e, ao mesmo tempo, melhorar a eficiência e entrega dos serviços, investir em novidades e inovações, e reduzir os custos?

O ciclo produtivo e a rotina dos desenvolvedores quase sempre são apertados. Se a gestão não oferecer soluções para criar vazão, conciliar essas demandas que citamos vai ser realmente difícil. 

Romper com o looping de ter todo o seu time mobilizado em demandas de clientes talvez seja o primeiro desafio da gestão de software houses. No entanto, isso só é possível com uma mudança na forma de organizar as equipes e direcionar os esforços.

Demandas de cliente x crescimento da empresa

Sabe aquele ditado: “Em casa de ferreiro o espeto é de pau”? Ele se torna real dentro dos negócios quando não se tem as demandas internas como uma prioridade bem definida. 

Em outras palavras: o crescimento da empresa, melhorias de performance e investimento em inovações precisam ter o mesmo nível de importância e dedicação que as demandas de atendimento e suporte. Caso contrário, elas ficarão esquecidas e sua software house estagnada. 

No dia a dia, empresas que trabalham com foco total nas demandas de clientes vivem apagando incêndios e corrigindo bugs. 

E, com isso, deixam de enxergar movimentações importantes: oportunidades de negócio, novos produtos e funcionalidades, performance, por aí vai. Mesmo quando enxergam, não sobra tempo para analisar mais profundamente e colocar em prática.

A solução, portanto, é adotar uma reestruturação dos times, estabelecendo uma separação clara de equipes que irão dar conta das demandas de clientes e equipes que irão se dedicar a otimizar a performance e o crescimento da empresa.

Assim, as duas demandas vão receber a devida atenção e será perfeitamente possível para a sua software house desenvolver melhorias e inovações, lançar novos produtos, refatorar antigos e construir entregas mais ricas e eficientes.

Além disso, nem os membros do seu time e nem você, gestor ou diretor, se sentirão sobrecarregados e pressionados a dar conta de ambas as coisas. Tudo ficará bem distribuído, trazendo mais produtividade, transparência, economia e propósito.

Por isso, vale a pena investir nessa organização inicial das demandas e times. Ela auxiliará nos próximos passos e desafios que acompanham o cotidiano das software houses, como definição de indicadores, por exemplo.

Indicadores que a TecnoSpeed utiliza

Definir quais indicadores de performance utilizar é outra etapa crítica para boa parte dos gestores de software houses. Como sair do básico e escolher métricas certeiras para acompanhar o desempenho do seu time e os resultados da sua empresa?

Para te ajudar nessa missão, trouxemos uma lista de indicadores-chave que adotamos aqui na TecnoSpeed. Desse modo, você pode reunir ideias e entender como cada métrica pode ser útil dentro do contexto tech. São elas:

Melhoria contínua

A partir da implementação da nova estrutura de times, segmentada entre as demandas do produto e as otimizações para crescimento, precisamos estabelecer um indicador para validar e acompanhar essa mudança.

Então, implementamos o indicador de Tempo Investido em Qualidade que nos permite ver a quantidade de horas dedicadas em aprimoramentos das nossas soluções. Ou seja, o esforço de desenvolvimento para ganho de performance e crescimento.

Monitorando essa métrica, pudemos perceber com clareza o impacto da reestruturação de equipes que adotamos. Afinal, observamos um crescimento expressivo do Tempo Investido e Qualidade nos meses seguintes à implementação das duas frentes de trabalho.

Também foi possível validar que esse pequeno ajuste de estrutura nos colocou em um estado de melhoria contínua. Mesmo com menos pessoas trabalhando em cada projeto, conseguimos não só manter, mas elevar o nosso nível de produtividade e entrega.

Entrega de valor

Outro indicador que nos ajuda a visualizar essa distribuição do tempo e dos esforços dos nossos times é o de Entrega de Valor. Ele integra um gráfico que inclui também outras duas categorias. Ou seja, temos três categorias nas quais classificamos as tarefas desenvolvidas pelos colaboradores: Carga de Falha, Carga de Gestão e Entrega de Valor.

A Carga de Falha é o tempo dedicado na correção de defeitos/bugs nos nossos softwares. A Carga de Gestão é o tempo dedicado em processos para viabilizar o desenvolvimento – reuniões, treinamentos, demandas internas, planejamentos. Já a Entrega de Valor representa o tempo de desenvolvimento em si, em que o time trabalhou em novas funcionalidades e melhorias para o produto.

A partir deste indicador, conseguimos acompanhar o impacto da reorganização dos times. Em 10 meses, conseguimos aumentar a nossa Entrega de Valor sem aumentar a Carga de Falhas ou comprometer a Carga de Gestão. Isso porque os desenvolvedores puderam trabalhar de forma mais focada em suas demandas e produzir mais e melhor.

Impacto do retrabalho

Mais um indicador que usamos na Tecno e ocupa um lugar de destaque na nossa gestão é o de Impacto do Retrabalho. Nele, mensuramos o tempo que gastamos solucionando problemas e, assim, conseguimos monitorar a experiência dos usuários dos nossos produtos.

Causalidade

Por fim, temos o indicador de causalidade, que representa o retorno financeiro obtido a partir de cada investimento. Ou seja, ele nos ajuda a identificar a rentabilidade dos nossos produtos e direcionar os investimentos e esforços futuros de forma mais assertiva.

Com essa organização e métricas, geramos valor financeiro e crescemos de maneira sustentável! 

Como lidar com o aumento de custo de mão de obra?

Indo mais adiante nos desafios da gestão de software houses, temos o aumento de custo da mão de obra. O segmento tech é um dos mais competitivos, ao mesmo tempo em que sofre com a falta de profissionais qualificados, principalmente em níveis de especialização mais altos.

Diante disso, como atender às demandas salariais e financeiras dos seus colaboradores sem prejudicar seu orçamento, lucratividade e crescimento?

Capacitação

Primeiro, é preciso aceitar que o turnover vai existir, mais cedo ou mais tarde vai chegar o momento em que iremos perder profissionais. Mas, em segundo lugar, para tentar retardar esse fenômeno, a nossa dica é investir em capacitação.

Assim, você motiva e estende a permanência de seus colaboradores, e também os deixa prontos para gerar ainda mais valor para o seu negócio. 

Por aqui, fazemos isso transformando a capacitação em uma meta de todos, investindo em cursos e treinamentos, e incentivando os colaboradores a pararem algumas horas semanalmente para se autodesenvolverem.

Repasse de conhecimento

No mesmo sentido, também estabelecemos um indicador para acompanhar o repasse de conhecimento por parte do nosso time sênior. Assim, garantimos a manutenção dos nossos processos e entregas, e a perpetuação da nossa cultura e capital humano.

Performance

É claro que não dá para motivar seu time e combater o turnover apenas com capacitação. No entanto, para definir quais pessoas merecem promoções e melhorias salariais é preciso olhar para a performance.

Utilizamos o índice de performance como ferramenta para classificar e acompanhar o desempenho dos colaboradores. A partir dele, os gestores se tornam mais capazes de tomar decisões justas com relação ao desenvolvimento de seus colaboradores. 

Métricas

Além de acompanhar a performance individual, se apoiar nas métricas é fundamental para identificar oportunidades de melhoria e elevar seu nível de assertividade e eficiência. 

Algumas métricas interessantes que usamos por aqui, por exemplo, são o tempo de hiperfoco dos nossos desenvolvedores, o cycle time (tempo total de entrega do desenvolvimento) e o tempo de conclusão de tarefas de tamanhos diferentes (baseados na estimativa T-shirt size).

Causalidade da folha de pagamento

Você também pode retornar à causalidade para lidar com o aumento de custo da mão de obra e encontrar um equilíbrio entre a folha de pagamento e saúde financeira da sua empresa.

Ela vai te ajudar a ver o quanto pode ser investido a mais na folha de pagamento sem prejudicar o crescimento e a lucratividade da sua software house. É simples: quanto maior a causalidade da sua empresa, mais você poderá investir em pessoas.

Segurança e mitigação de riscos

Já falamos de indicadores, organização de times e retenção de pessoas, mas não dá para tratar a gestão de software houses sem falar também de segurança e mitigação de riscos.

Para otimizar essa área na sua organização é necessário considerar as demandas de segurança desde a concepção das suas funcionalidades, produtos e soluções.

Adote uma abordagem e processo de desenvolvimento seguro, faça o PO e a equipe de planejamento já pensar nesse aspecto, e a entrega final será mais eficiente e completa nesse sentido.

Além disso, vale investir em uma equipe de pentest (teste de invasão), para encontrar vulnerabilidades e enviá-las para o backlog do seu time de desenvolvimento. E, também, ter uma equipe específica para instituir processos e cuidar da manutenção da segurança de seus produtos, dados internos e clientes.

Pilares estratégicos

Entrando nas dicas finais, queremos destacar a importância de manter um mindset de performance, principalmente dentro do modelo de trabalho home office. Quanto mais madura e alinhada a equipe, mais o microgerenciamento se torna dispensável. 

Para isso, no entanto, é importante investir em ferramentas que gerem autonomia e clareza para os gestores e colaboradores. Aqui na TecnoSpeed, o que fizemos nesse sentido foi estabelecer um conjunto de pilares estratégicos. 

Eles determinam os focos de atuação e esforço de cada área, bem como as aspirações e os indicadores e métricas que ajudam a medi-las. E isso ajuda seu time a perder menos tempo em gestão, e dedicar mais tempo em gerar resultados para a empresa.

Mas quais são esses pilares? Eles devem abrigar as diferentes áreas da sua empresa. Por aqui, trabalhamos com 5 categorias: financeiro, clientes, processos, cultura e pessoas. Cada uma tem um pilar estratégico definido e aspirações e indicadores derivados dele. 

Como falamos, isso traz clareza, facilita as decisões e, junto com as métricas, cria um fluxo de produção, crescimento e evolução.

O futuro e suas tecnologias

Fechando essa jornada pelos desafios da gestão de software houses, temos o futuro e suas tecnologias. O desejo por inovar, surfar nas tendências e saber no que apostar e investir está na mente de todo gestor de tecnologia.

E nesse sentido, não tem segredo: é preciso ficar com o radar ligado e investir em oportunidades de se inteirar das novidades, trocar conhecimentos, testar tecnologias e ferramentas e ter sempre insights.

Para te ajudar nesse objetivo, te convidamos a explorar as outras possibilidades que temos por aqui, na Casa do Desenvolvedor. Você encontra conteúdos, cursos, eventos e muito mais! 

E para aprofundar tudo o que falamos aqui, participe do nosso fórum junto de outros gestores da área: 

Por lá, vamos continuar essa conversa sobre gestão de software houses e ter outras trocas igualmente valiosas!

Conteúdo retirado do evento TecnoUpdate 2023, confira a gravação completa clicando aqui.
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