Automação associada à entrega de valor para usuários de software

Automação associada à entrega de valor para usuários de software

Desenvolvimento de IA na indústria da informação: avanços tecnológicos revolucionam o setor.

Automatize seu caminho para o sucesso no mercado de software. Economize tempo, reduza erros e atenda às necessidades específicas de cada cliente.

Tempo de Leitura: 9 minutos

Das máquinas a vapor à Inteligência Artificial (IA), a humanidade buscou reduzir o seu esforço direto na realização de determinadas atividades. A automação, apesar de ser um termo muito atual, não surgiu há pouco tempo (na verdade, ela nos acompanha há séculos!).

Como esse termo sugere, ele se refere ao ato de tornar algo automático. Numa definição mais completa, podemos dizer que a automação é o implemento de tecnologias mecânicas, eletrônicas e digitais para realizar tarefas de maneira mais fácil e com o menor empenho humano ou manual possível. 

À medida que as engenharias evoluíram, as máquinas foram se tornando parte da civilização, compondo um papel fundamental na indústria, agropecuária, comércio e serviços. Alguns equipamentos substituíram quase totalmente o trabalho manual, como robôs programados para tarefas de montagem que inserem peças, parafusos e outros componentes.

Nesses casos, o trabalho humano fica restrito à supervisão e manutenção dos dispositivos. Em outros casos, os aparelhos facilitam um processo, mas ainda precisam de um humano participando de sua atividade diretamente. É o caso de uma máquina de costura ou de uma furadeira. Operando com eles, o trabalho fica mais fácil, mais rápido e mais sofisticado. Porém, não são equipamentos que realizam suas atividades de maneira autônoma. Desta forma, a automatização pode ocorrer em várias camadas. Isto é, abordar uma parte do processo ou toda a atividade proposta.

No mercado de software, as automações estão presentes como substância primordial dos produtos desenvolvidos. Atualmente, há ao menos um dispositivo como computador, smartphone, notebook ou tablet em qualquer estabelecimento empresarial. Isso porque as atividades dependem de registros e funcionalidades que operam através de sistemas acessíveis nesses hardwares.

As operações que antes eram realizadas manualmente, hoje são feitas por meios eletrônicos. Por exemplo, a emissão de notas fiscais que eram realizadas em papel (muitas vezes à mão) foi substituída por uma emissão eletrônica que pode ser feita no portal da Secretaria de Fazenda (Sefaz) ou via webservice numa comunicação direta entre um sistema que quer emitir a nota e a Sefaz que deve reconhecer e aprovar a emissão.

Os aplicativos não estão presentes apenas no mundo corporativo, pois há uma infinidade de equipamentos e softwares elaborados especificamente para pessoas. Como prova disso, se torna cada vez mais incomum encontrar indivíduos desconectados da realidade virtual nas últimas décadas porque muitas das nossas atividades dependem de sistemas, sejam eles sites, aplicativos mobiles (Apps) ou programas.

O WhatsApp é um exemplo desse fenômeno: segundo a Folha São Paulo (2023), o Brasil é o país que mais utiliza esse aplicativo. Apesar de não ser o país com o maior número de usuários, é o que mais dispara mensagens. Ou seja, a população brasileira utiliza diariamente um aplicativo para se comunicar. O que antes era uma carta que demorava dias para chegar ao seu destinatário, hoje é um áudio ou uma mensagem de texto entregue quase imediatamente após o envio.

A automação é o coração do desenvolvimento de sistemas porque todos eles surgem para solucionar problemas, para facilitar um processo, ou reduzir a dificuldade em realizar algo. 

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Como e onde priorizar automações no desenvolvimento de software?

Desde Alan Turing, o pai da Programação, há o objetivo de usar computadores para realizar tarefas onerosas. Inclusive, há cálculos e operações humanamente impossíveis de serem concluídos em tempo hábil, mas que são alcançáveis graças a máquinas programadas para tal. Então, fica claro que as automações são cruciais no valor de um software. Entretanto, por onde começar a automatizar?

Quando se propõe desenvolver um software, é frequente que grandes ideias surjam num planejamento macro. Há vários requisitos a serem atendidos, telas, relatórios, processos… Porém, quando partirmos para a prática, podemos encontrar mais detalhes do que gostaríamos e a execução mostra sua complexidade. Calma, esse cenário já aconteceu com todo mundo ao menos uma vez na vida e a palavra que aponta para a solução é “prioridade”. 

Certamente, para o cliente do software tudo deve ser automático, mas tudo é muita coisa. Deste modo, a postura mais eficiente é traçar um plano de ação considerando quais automações são mais necessárias. Cada projeto tem suas particularidades e cabe aos responsáveis pelo seu desenvolvimento estudar o cenário de uso e identificar os processos mais críticos. Em todo o caso, os usuários serão sua maior fonte de informação. Isso porque eles, melhor que ninguém, sabem quais são as atividades mais difíceis, rudimentares e lentas. Lembre-se, na maior “dor” do usuário consiste a maior necessidade de atuar.

Para te inspirar e exemplificar, reunimos sugestões de automatização muito úteis para softwares de aplicativos: 

Filtros e Classificações:

Navegar num mar aberto de dados, sem nenhum filtro ou classe para guiar o usuário é sentenciá-lo ao naufrágio. Por isso, trazer seleções de objetos torna a experiência do usuário mais prática. Ao invés de dispor somente relatórios e tabelas gerais, convém que o cliente do software escolha os tipos de itens ou dados conforme a necessidade. Quanto melhor for a organização das informações, mais precisão o sistema traz nas suas buscas. Isso também proporciona rapidez no rastreio de dados. Em contrapartida, esse tipo de automatização reduz o excesso de dados que, ao invés de ajudar, costumam atrapalhar a experiência do usuário.

Preenchimento automático:

Essa automatização economiza tempo e esforço, e nada melhor que a prática para nos mostrar isso. Imagine que você use diariamente em um site e, toda vez que o acessa, precisa logar preenchendo seu e-mail completo e senha. Se não há nenhuma alternativa, esse software obriga o usuário a digitar uma informação simples que poderia ficar gravada para facilitar o acesso dele. O preenchimento automático pode parecer modesto, mas se você parar para notar vai encontrar ele em todo lugar (e com bons motivos)!

Sincronização de dados:

Este tipo de funcionalidade depende de cada cenário, mas ele consiste na conciliação de informações entre diferentes aplicações e aparelhos. Isso ocorre com os aplicativos do Google (Gmail, Calendar, Chrome, Photos, Contacts…) que estão sincronizados a partir de uma única conta. Além disso, é possível sincronizar informações do usuário utilizando sua respectiva Conta Google. Desta maneira ele pode logar com mais facilidade em um site ou App receber notificações para acompanhar compras, por exemplo.

Sugestões inteligentes:

Essas aqui reduzem consideravelmente o esforço de digitação e tempo porque oferecem ao usuário sugestões pré-definidas e/ou baseadas no comportamento do usuário. Há softwares de programação que já trazem funções prontas e opções de autocompletar conforme o desenvolvedor vai escrevendo o código. A praticidade obtida permite um desenvolvimento mais fluido e com menos pausas para pesquisar a sintaxe de uma estrutura de repetição ou uma função nativa da linguagem. O Visual Studio Code é um exemplo de aplicação que implementa sugestões inteligentes. Temos outros tipos de automatização incluídas nessa classe: 

  • Sugestões de pesquisa com base nos históricos, itens mais frequentes ou mais populares;
  • Mensagens rápidas a partir do conteúdo recebido - demonstrado nas versões atuais do Whatsapp, onde é possível responder ainda na barra de notificações escolhendo uma das mensagens sugeridas;
  • Sugestões de acordo com preferência ou histórico de visualização, muito usado em plataformas streaming como Youtube, Spotify e Netflix para indicar conteúdos semelhantes ao que o usuário consumiu. Isso permite personalizar as sugestões e tem mais chance de interessar o cliente final;
  • Correção automática de texto: algumas plataformas como o Word da Microsoft indica possíveis erros de digitação ou sintaxe, cabendo ao usuário corrigi-los. Porém, há outros softwares fazem a própria correção ao identificar um erro, tendo autonomia para modificar diretamente o texto do usuário. 
  • Sugestão de amigos e conexões: está muito presente nas redes sociais e recomenda o contato com outros usuários com base em interesses, conexões em comum e atividades recentes. 

Demonstrar o valor das automações para os usuários finais

Para o autor, o sentido de sua obra é óbvio. Porém, pode se fazer necessário um apoio e, por vezes, até uma aula para os apreciadores conseguirem compreender o mesmo. Esse desafio também está presente no mercado de software: demonstrar o valor de uma solução.

Neste tópico, apresentaremos estratégias para contornar isso. Afinal, mesmo que você desenvolva um software incrivelmente eficiente, o usuário final não terá interesse nele se não conseguir assimilar os benefícios propostos com as suas necessidades. Se o cliente não ver valor, ele também não irá querer pagar por isso, concorda? 

A percepção de valor varia de acordo com a demanda do cliente. Por exemplo, se há uma empresa de moda e vestuário, de nada adianta apresentar uma solução que ajude a registrar consultas e exames médicos de clientes. Ou seja, o primeiro ponto para conseguir mostrar como o seu software é valioso para o usuário é conhecer ele! Entenda qual o público que mais precisa da sua aplicação.

Se forem empresas, quais seus ramos de atuação, tamanho, quais os processos básicos para sua operação… Caso sejam pessoas físicas, pode começar entendendo idade, gênero, interesses virtuais e outras características da sua persona. Ao definir a sua persona, você terá uma visão mais aguçada das possíveis “dores” que a sua aplicação poderá resolver. Este é o ponto de conexão entre produto e cliente: como o produto resolve o problema do cliente. 

Sendo assim, o segundo passo consiste em se aprofundar nas carências, demandas, necessidades de melhoria e automação do seu cliente. Neste ponto, é provável que uma pesquisa teórica não seja suficiente para fornecer precisão. O ideal é ter contato direto com usuários, colher suas impressões e ver de perto suas atividades. Há várias maneiras de coletar esse precioso material: entrevistas, questionários, bate-papo com clientes que já estão na carteira ou buscar base de dados já consolidadas, por exemplo. Lembre-se: quanto melhor conhecer o usuário, mais detalhes terá para construir ou melhorar a sua solução.

O terceiro ponto é justamente encaixar as funcionalidades do seu software com as necessidades do cliente. O Canva da Proposta de Valor pode explicar isso visualmente:

fonte: analistamodelosdenegocios.com.br

 

Observa-se que o cliente tem tarefas e processos que precisam ser contemplados na solução. Bem como problemas (dores) que envolvem suas atividades e que devem ser sanadas por funcionalidades. Com isso, ele terá ganhos e é interessante que o software contemple potencializadores desses ganhos, considerando que o sucesso do cliente também é o seu.

Vamos para uma ótica prática? Imagine uma indústria de produtos químicos: ela tem processos de produção, recursos humanos (RH), vendas, compras, financeiro e expedição. Se tratando de uma microempresa, ela tenta controlar isso a partir de planilhas, documentos locais e papéis impressos porque não conhece outro meio para operar. Ela com certeza precisa de muitas automações. Entretanto, o custo de um sistema de gestão pode ser alto para contemplar todos esses setores… Será que é alto mesmo?

Para responder essa pergunta, temos que voltar aos três passos que mencionamos: conhecer a persona, se aprofundar nas suas dores, e conectar essas dores com o que sua solução entrega. A primeira etapa já foi feita no parágrafo anterior. Portanto, avançamos com a próxima questão: quais problemas esse cliente pode ter devido ao modelo manual de gestão? Podem ser citados:

Falhas de controle financeiro:

Uma vez que tudo é anotado de forma manual, corre o risco de falhas humanas em entradas e saídas de receita. Registrar um pedido errado, digitar sem querer um número ou esquecer de anotar algo são exemplos comuns nesse tipo de situação. É justamente a falta de automação que leva à dificuldade de lidar com volumes de dados maiores. Como consequência, haverá inconsistências contábeis e falta de visibilidade quanto à saúde financeira da empresa. 

Dificuldade no processo de emissão de notas fiscais:

Sem um software para facilitar esse processo, é preciso preencher campo a campo da nota fiscal. Além de cansativo, essa atividade exige muito tempo e pessoas que poderiam estar trabalhando em outras funções caso um software cuidasse dessa atividade repetitiva. Aqui, os erros humanos também são frequentes e podem gerar efeitos drásticos que impactam a conformidade fiscal. Sem automações que tornem a emissão fiscal mais segura e automática, haverá desafios em caso de auditorias. 

Controle manual de estoque:

Pequenas quantidades de matéria-prima e produto podem ser controladas numa planilha. Entretanto, ao se tratar de um volume maior de itens é necessário ter precisão na quantidade de cada um, prazo de validade e localização. Sem automatização, é difícil organizar as informações, ocasionando excesso ou falta de mercadorias, complexidade para rastrear produtos e atrasos na produção e expedição de produtos, por exemplo. 

Relacionamento impreciso com os clientes:

A falta de uma aplicação CRM (Customer Relationship Management) dificulta o registro e organização das interações entre o cliente e a empresa. Assim, é impossível se antecipar às necessidades dos clientes, personalizar serviços e criar estratégias de fidelização. Afinal, não há uma base de dados que permita filtrar o que determinado cliente mais compra, qual a frequência de pedidos, avaliação de satisfação e sugestões de melhoria.

Descentralização de informações:

Há vários impactos ao usar planilhas e documentos diversos para fazer controles de processo. Porém, um dos principais é a informalidade e descentralização das informações. Isso gera falhas de comunicação e impede a empresa de ter uma visão estratégica de seu negócio. Se há vários documentos sem um único responsável e com informações não correlacionadas, a tomada de decisão ficará comprometida pela dificuldade de correlacionar dados.

Falhas no controle de recursos humanos:

A gestão de RH precisa administrar horas de trabalho, horas extras, folha de pagamento, férias, acompanhamento de benefícios, etc. Sem um software de gestão, erros manuais e perda de papelada podem prejudicar financeiramente os colaboradores da empresa e ocasionar multas por irregularidades trabalhistas.

Segurança de informação vulnerável:

A partir do uso de papéis e arquivos locais, é um desafio manter a segurança de acesso a dados sensíveis. Diferente do que ocorreria num sistema de gestão onde os acessos são facilmente gerenciáveis, podendo configurar quais usuários podem ou não editar, inserir e visualizar determinados dados. 

Estes são apenas alguns dos riscos e danos que o cliente sofre na ausência de um software adequado. Nessa perspectiva, o sistema que atende a essas necessidades deixa de ser um custo e passa a ser um investimento indispensável. Afinal, a empresa perde dinheiro, tempo, segurança e artifícios para expandir negócios.

O terceiro passo fica com você: o que a sua aplicação tem que supre essas dores? Para fechar com chave de ouro, você precisa encaixar as funções do seu software nas demandas do cliente. Se o cliente não tem controle financeiro, automatize essas rotinas e inclua uma integração de conciliação bancária. Se ele emite notas “na mão”, crie um módulo fiscal que torne o processo de emissão automático a partir do recebimento de um pedido, por exemplo. Percebe-se que essa etapa vai exigir tanto o conhecimento das necessidades do seu usuário quanto o potencial do seu produto. 

Conclusão

Abordamos neste texto, algumas definições sobre o que é automação e sua importância na vida dos usuários de software. Também, foi explicado como priorizar as automações com exemplos genéricos, mas que impactam diretamente na experiência do usuário. Por fim, exemplificamos como a demonstração de valor pode ocorrer a fim de garantir o sucesso de um sistema e de seus usuários. Esperamos que este artigo tenha te equipado para construir a sua proposta de valor e alcançar muitos clientes no mercado.

Como já foi citado, a automação é o coração do software. E algo que pode te ajudar a automatizar com mais facilidade é o reuso de software. Esse conceito se refere ao uso de integrações, componentes, bibliotecas, frameworks, e outros produtos já desenvolvidos. Isso pode te ajudar a economizar tempo e entregar mais software com menos esforço. Se quiser saber mais sobre reutilização de software, deixamos outro artigo especificamente sobre ele, basta clicar no botão abaixo:

Samara Silveira
Samara Silveira
Formada em Administração e quase terminando Análise e Desenvolvimento de sistemas, trabalho no mercado de software desde 2020. Além de entusiasta de evolução constante, hoje sou Consultora Comercial na Tecnospeed.

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