Provavelmente você já ouviu falar de acessibilidade na web. Mas qual é o hype tudo isso? Confira agora um guia sobre acessibilidade na web.
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Seu produto digital — no caso deste artigo, utilizaremos como exemplo, um site — ele pode parecer impressionante. De acordo com análises de tráfego, ele parece atrair o interesse de diversos leads para sua empresa.
Mas, você pode estar perdendo uma grande parte do seu público potencial e vamos te mostrar agora o motivo.
A falta de acessibilidade na web, também chamada acessibilidade digital, pode ser um grande problema, já que pessoas com alguma deficiência podem não ver ou entender seu site, aplicativo, sistema e entre outros.
Assim, ser digitalmente acessível significa que todos possuem acesso às mesmas informações, produtos e serviços. E isso realmente significa todos, incluindo pessoas com deficiência visual, auditiva, cognitiva ou motora.
Vamos ver mais sobre acessibilidade na web? Acompanhe este artigo.
O que é Acessibilidade na Web?
Quem lidera os padrões de acessibilidade na web é o World Wide Web Consortium (W3C). Uma rede internacional de especialistas em acessibilidade focada em tornar a internet o mais inclusiva possível.
Eles afirmam que:
- A acessibilidade na web abrange todas as deficiências que afetam o acesso à web, tais como: auditiva, cognitiva, neurológica, física, de fala e visual.
- Ao alcançar a acessibilidade, as pessoas com deficiência devem ser capazes de: perceber, entender, navegar e interagir com o produto digital, bem como contribuir com ela.
Imagine você, cego ou com baixa visão, navegar e ler o texto de um site pode ser difícil ou impossível sem tecnologia assistiva, como leitores de tela - aqueles programas que leem um texto digital em voz alta.
Infelizmente muitos sites são criados de forma que os leitores de tela não conseguem transmitir o que está na tela, frustrando e excluindo muitos usuários.
O W3C frisa que melhorar a acessibilidade na web também beneficia as pessoas que não possuem deficiência, pois essas podem interagir com o conteúdo da web criado de diferentes formas para vários dispositivos.
E o conteúdo acessível também funciona melhor em telas pequenas, como smartphones e smartwatches, uma vez que reduz o uso da largura de banda e a carga do servidor.
“A acessibilidade é essencial para pessoas com deficiência, mas útil para todas as pessoas.” – W3C
As necessidades do usuário.
Segundo a Microassist, no mundo, estima-se que 1 em cada 5 pessoas possui algum tipo de deficiência, cerca de 1,5 bilhão de pessoas, confira alguns números:
Visão:
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 285 milhões de pessoas possuem baixa visão ou cegueira completa.
O National Eye Institute relata que o daltonismo afeta 1 a cada 12 homens e 1 a cada 200 mulheres.
Mobilidade
Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 15 milhões de brasileiros possuem alguma doença reumática que afeta sua mobilidade.
Audição:
Segundo a OMS, a perda auditiva incapacitante afeta 360 milhões de pessoas em todo o mundo. A perda auditiva aumenta conforme envelhecemos, então este número continuará a crescer à medida que a população envelhece.
Neurocognitivo:
Segundo o TDAH.org, estima-se que cerca de 2 milhões de estudantes têm transtornos de aprendizagem e/ou TDAH no Brasil. Deficiências neurológicas como a epilepsia, afeta quase um bilhão de pessoas em todo o mundo.
Temporários:
A maioria das pessoas enfrentará em algum momento da vida, alguma situação incapacitante, seja um simples ambiente barulhento, um lugar muito iluminado ou escuro que dificulta a visibilidade ou um braço quebrado, por exemplo.
Como medir a acessibilidade na web?
O W3C criou o projeto Web Accessibility Initiative (WAI) para o desenvolvimento das especificações técnicas, diretrizes e recursos que auxiliam a tornar os produtos digitais mais acessíveis. Assim, a WAI produziu as Diretrizes de Acessibilidade de Conteúdo da Web (WCAG), que possui 12 diretrizes organizadas sob quatro princípios:
- 1° Princípio: Perceptível - O conteúdo da Web pode ser percebido pelo cérebro do usuário, independentemente dos sentidos que ele possa usar.
- 2° Princípio: Operável - O conteúdo pode ser acessado e navegado independentemente dos dispositivos do usuário.
- 3° Princípio: Compreensível - O conteúdo pode ser entendido o mais facilmente possível através de linguagem simples e informações contextuais.
- 4° Princípio: Robusto - Independentemente da aparência ou do conteúdo da página da Web, ela deve permanecer acessível a uma variedade de agentes de usuário, incluindo tecnologias assistivas.
Conformidade do site:
Existem 3 níveis principais de conformidade: A, AA e AAA.
- Nível A: considerado o nível mais básico de acessibilidade. O nível A melhora a usabilidade, mas não significa que um site seja acessível a todos os usuários.
- Nível AA: o melhor objetivo para sites que tentam ser acessíveis a todos os usuários, garantindo acesso à grande maioria dos conteúdos.
- Nível AAA: este é o objetivo de “atingir”. São um refinamento das anteriores, especificações mais detalhadas e trazem um nível mais sofisticado de acessibilidade.
Como tornar um site acessível?
Para garantir que seu site seja inclusivo para pessoas com deficiência, você deve começar no início do processo de planejamento do site. Será mais fácil, mais eficaz e menos dispendioso do que aplicar a acessibilidade do site após sua criação ou como um projeto separado.
Entenda seu usuário
Conheça seu público, isso é crucial para qualquer projeto. Esteja consciente que seus usuários podem incluir indivíduos com diferentes capacidades. Alguns podem ter alguma deficiência auditiva ou visual, outros podem ter Epilepsia Fotossensível e outros ter problemas de mobilidade.
Mesmo que você não possa projetar para todos esses cenários, você conseguirá ampliar seu horizonte. Faça uma pesquisa de público, consulte guias de acessibilidade e converse com pessoas com diferentes condições.
Pense na Experiência do Usuário (UX)
Agora que você entendeu melhor seu público, coloque esse entendimento num projeto de experiência do usuário. Esta etapa te ajudará a ter mais empatia com seus usuários e considerar questões que não tenha pensado antes. Também te ajudará com as definições de tecnologia assistiva no seu projeto.
Assim como um web designer deve considerar o comportamento de um site em todos os principais navegadores, as tecnologias assistivas devem fazer parte da lista de verificação de funcionalidade. Às vezes, mesmo as menores mudanças no web design podem abrir novas portas para usuários com deficiência.
Crie uma opção de site “básica”
Se você já possui um site, com um design não muito acessível, você possui duas alternativas: realizar as adequações necessárias para todo o público conforme as diretrizes de acessibilidade ou criar um layout mais simples do seu site que os usuários podem ativar e desativar.
Isso atrairá mais do que apenas usuários com deficiência. Para usuários que sofrem de enxaquecas desencadeadas por alto contraste, por exemplo, ter uma alternância de fácil acesso pode ser a diferença entre se tornar um cliente ou sair do seu site para enfrentar uma enxaqueca de três horas.
Teste e teste, sempre!
Essa é uma constância necessária para que a experiência do usuário seja sempre a melhor possível, para todos os públicos.
Utilize ferramentas que testarão a acessibilidade do seu site, como um que utilizo bastante, o Wave. Ele te ajudará muito a adequar seu site conforme as diretrizes. Use e abuse!
Vamos conversar mais sobre acessibilidade?
Certo, você viu um guia básico sobre acessibilidade na web, agora te convido a conversarmos mais sobre, lá no fórum da Casa do Desenvolvedor. Vamos?
Acesse agora o botão abaixo para conhecer nosso fórum.
Conclusão:
Continue entendendo seus diferentes usuários. Continue pensando neles. Quanto mais você entender seus usuários, mais fácil será o design acessível e a satisfação deles.
E aí você já possui um site acessível? O que achou deste artigo? Deixe seu comentário!