Autodidatismo e a educação tradicional: uma questão cultural.

Autodidatismo e a educação tradicional brasileira: uma questão cultural.

Autodidatismo e a educação tradicional brasileira: uma questão cultural.

A pandemia, mostrou a dificuldade do aprendizado à distância, vamos refletir sobre autodidatismo e aprendizado tradicional.

Tempo de Leitura: 5 minutos

Não é desconhecido que muitas crianças e adolescentes tiveram e ainda têm grandes dificuldades com o ensino à distância, que passou a ser amplamente utilizado após o início da pandemia e lockdown em 2020.

Mas não podemos culpá-los por isso, há tempo temos uma cultura pedagógica voltada para imposição de verdades e memorização em sala de aula, deixando de lado um método de ensino mais focado em ensinar os jovens a pensarem por si e elaborarem pensamentos críticos e céticos em relação às informações que lhes são apresentadas.

Vamos refletir sobre o autodidatismo e a educação tradicional, continue a leitura!

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Educação Tradicional

Essa cultura pedagógica não prepara os alunos para lidar com as complexidades do mundo moderno, onde a informação é abundante e nem sempre confiável. Além disso, muitas vezes, o ensino é pouco adaptado às necessidades e interesses dos alunos, o que pode tornar a aprendizagem desinteressante e desafiadora.

Com o ensino à distância, esses desafios foram ampliados, uma vez que muitos alunos não têm acesso adequado à internet e tecnologia, não possuem um ambiente propício para a aprendizagem em casa e sofrem com a falta de interação social com colegas e professores.

Dessa forma surge a necessidade de se adaptar e estudar autodidatamente, o que pode ser um desafio para algumas pessoas, por exigir disciplina, organização e determinação para manter uma rotina de estudos constante. Além disso, muitas vezes, a falta de orientação pode levar a interpretações equivocadas e ao aprendizado de informações incorretas, o que pode prejudicar o desenvolvimento pessoal e profissional.

Não seria tão simples mudar a estrutura do sistema educacional brasileiro, visto que pode ser desafiador e também teríamos uma certa resistência por parte de professores, alunos e outros envolvidos no processo educacional, visto que um dos desafios é a necessidade de capacitação dos professores para a adoção de metodologias mais participativas e colaborativas.

Muitos professores foram formados em um modelo de ensino mais tradicional e podem ter dificuldades em se adaptar a uma nova abordagem. Além disso, a mudança de cultura pode exigir uma redefinição dos papéis e responsabilidades dos professores, que precisarão se tornar facilitadores do processo de aprendizagem, em vez de transmissores do conhecimento.

Em parte também enfrentaríamos uma resistência dos alunos, que podem estar acostumados com uma abordagem mais passiva de aprendizagem e sentir-se-iam desorientados em um ambiente mais participativo. Além disso, a mudança de cultura também pode exigir uma redefinição das políticas públicas.

Autodidatismo:

Mas então, como podemos nos adaptar ao ensino a distância e a um método de aprendizagem mais ativo e autodidata?

Acredite, o principal aqui é a determinação! Não existe uma receita mágica que fará com que você se transforme em um grande estudioso e ame aprender de uma hora para outra, porém existem pontos principais que podemos abordar e pensar sobre, focando na busca do autocontrole e determinação suficientes para se ter um bom desempenho na hora de estudar por conta própria.

Rotina

Ter uma rotina irá lhe ajudar com o resto, pois “um corpo que está parado tende a ficar parado assim como um corpo em movimento tende a permanecer em movimento”. No início poderá ser um grande desafio e até desconfortante, mas é extremamente importante que você estabeleça horários específicos do dia para se dedicar somente aos estudos, assim você evitará procrastinar e terá melhor foco e disciplina.

Local

Ter um espaço dedicado a isto é fundamental, dê preferência para locais tranquilos e sem distrações. É importante manter este espaço de estudo organizado e sempre a disposição para que você não enfrente empecilhos quando chegar a hora de estudar.

Além disso, ter um local próprio ajudará seu corpo a se habituar e já ficar “no clima” para quando for estudar.

Grupos de estudo

Mesmo estando sozinho em casa você pode criar ou procurar por grupos de estudo on-line, seja com colegas de classe, amigos ou até desconhecidos que estejam alinhados com o mesmo objetivo que você, desta forma é possível criar um ambiente colaborativo para trocar ideias, discutir assuntos e tirar dúvidas, o que pode ser de grande ajuda e até motivador.

Autogestão

O estudo autodidata exige uma grande dose de autogestão, ou seja, a capacidade de gerenciar seu próprio tempo, de definir prioridades e de tomar decisões em relação ao seu próprio aprendizado. Pesquise conteúdos relacionados a esta prática, desenvolva essas habilidades e aprenda a lidar com a procrastinação e outras dificuldades comuns no estudo autodirigido.

Pesquisa

Se no passado, estudiosos buscavam conhecimento e realizam pesquisas em grandes bibliotecas, você pode e deve fazer isto também, porém lembre-se que estamos vivendo na era da tecnologia. Por mais que seja muito bom – e estiloso – estudar com livros físicos, é necessário ter um mínimo de conhecimento suficiente para saber realizar pesquisas na internet e filtrar conteúdos relevantes e com boas fontes, afinal a internet é um grande acervo gratuito que está quase sempre a seu alcance.

Aprender a Aprender

Se houvesse um grande segredo que pudesse mudar a forma como você enxerga o aprendizado autodidata ou uma “fórmula mágica” para se ter um desempenho excelente na hora de estudar, eu diria que é o conceito de “aprender a aprender”.

Pode parecer uma expressão estranha à primeira vista, mas é um conceito extremamente poderoso, visto que está relacionado justamente em você ir atrás de conteúdo e estudar sobre como pesquisar melhor e estudar de uma forma melhor e mais eficiente.

Aprender a aprender é um conceito que se refere ao processo de desenvolver habilidades e estratégias que tornam o fluxo de aprendizado mais eficiente.

Isso inclui a capacidade de identificar e utilizar fontes confiáveis de informação, estabelecer objetivos claros de aprendizagem, organizar e gerenciar o tempo de estudo, identificar e superar obstáculos de aprendizagem e aplicar técnicas de memorização e revisão, além de entender e conhecer técnicas que se adequem melhor ao seu estilo de vida e que façam mais sentido para você.

Ao aprender a aprender, você se torna capaz de aproveitar ao máximo o seu tempo e esforço investidos em seu próprio aprendizado, e de adquirir novas habilidades e conhecimentos de maneira mais rápida e eficiente.

Em vez de depender exclusivamente de instrutores e professores, você se torna capaz de buscar, avaliar e aprender por conta própria, o que é especialmente útil em um mundo onde o conhecimento está sempre evoluindo e mudando, sendo independente e possibilitando formas de aprendizado que se encaixam perfeitamente em seu ritmo.

Embora este processo possa parecer desafiador no início, ele pode ser cultivado através de prática e perseverança. Ao implementar técnicas e estratégias específicas, você pode transformar a maneira como encara o aprendizado autodidata e desenvolver habilidades que podem ser aplicadas em diversos contextos educacionais e profissionais.

Segundo o professor Pierluigi Piazzi: “O Brasil tem milhões de alunos e pouquíssimos estudantes”.

Ele argumenta que alunos são aqueles que vão até a escola e assistem à aula de forma passiva, no máximo podendo entender sobre o tema abordado, enquanto estudantes são os que de fato buscam por conhecimento de forma ativa e solitária.

O professor também defende que “não se estuda sem estar escrevendo” e isto deve ser feito à moda tradicional, com papel e caneta, visto que os movimentos das articulações e o processo de concentração na escrita influenciam na fixação do que se está estudando.

Com isso o professor descarta a ideia de que pode-se ter uma boa performance estudando apenas digitando ou destacando trechos utilizando-se marca texto. Outro ponto importante que o Prof. Pier nos traz é que estudar olhando para um livro físico é diferente e pode influenciar mais do que estudar olhando para uma tela, visto que as cores que vemos em um monitor são “artificiais” comparadas ao contato direto com o papel físico.

Claro, o caminho do meio é sempre bem-vindo neste contexto, estas dicas não significam que você deve abruptamente mudar seu estilo de vida e passar a estudar somente com livros físicos, mas é importante lembrar desses fatos, visto que são provindos de estudos científicos relacionados ao processo de aprendizagem humano.

Também é importante ressaltar que descansar faz parte do processo de aprendizagem, ter horários de lazer, boas noites de sono e boa alimentação são fundamentais para a saúde e consequentemente para sua disposição e performance na hora de aprender e fixar conteúdos novos.

Como somos seres humanos, temos diferentes capacidades e diferentes maneiras de se adequar e se habituar a algo novo, então antes de mergulhar fundo em algum processo ou mudar radicalmente seu estilo de vida, recomendo experimentar e sentir como seu corpo irá reagir a estes métodos diferentes de aprendizagem, antes de aprofundar-se mais nisto.

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Gustavo Simão
Gustavo Simão
Consultor Técnico especializado em NFS-e, estudante de Engenharia de Software e amante de tecnologia e inovação!

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