O capacitismo ainda é uma barreira no mercado de trabalho, mas incluir PCD’s no trabalho remoto e presencial é responsabilidade das empresas.
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É importante ter conversas dentro e fora das empresas sobre como incluir pessoas com deficiência (PCD) no mercado de trabalho.
Apesar das inúmeras discussões sobre diversidade e inclusão, especialmente no mercado de tecnologia, muitas vezes esses indivíduos continuam sendo ignorados e até esquecidos.
O que as organizações podem fazer para garantir que as pessoas com deficiência sejam incluídas em ambientes de trabalho presencial e remoto? Vamos discutir o tema!
Quem se enquadra como PCD?
A pessoa com deficiência é definida pela lei como aquela que tem restrição ou incapacidade para realizar determinada atividade e se enquadra em uma das seguintes categorias:
- Deficiência física;
- Deficiência auditiva;
- Deficiência visual;
- Deficiência intelectual;
- Deficiência múltipla;
- Mobilidade reduzida.
O laudo médico e o Certificado de Reabilitação Profissional emitido pelo INSS são dois documentos que podem ser usados para comprovar a condição de pessoa com deficiência.
É apenas após essa comprovação que a PCD será incluída na vaga de cotas da empresa, conforme os critérios da portaria 5.296/04.
O que diz a Lei de Cotas
De acordo com o artigo 93 da Lei de Cotas 8.213/91, as empresas devem oferecer entre 2% e 5% das vagas disponíveis para candidatos com deficiência física, auditiva, visual, intelectual ou mista.
Confira o percentual de acordo com a quantidade de colaboradores:
- De 100 a 200 funcionários: 2%;
- De 201 a 500 funcionários: 3%;
- De 501 a 1000 funcionários: 4%;
- Mais de 1000 funcionários: 5%.
Também é importante frisar que as pessoas com deficiência têm todos os direitos garantidos na CLT, e podem trabalhar menos horas, com remuneração proporcional, dependendo do grau de deficiência ou necessidade médica.
Capacitismo e as barreiras no mercado de trabalho
Você já ouviu falar em capacitismo? Ainda hoje, essa é a principal barreira que pessoas com deficiência enfrentam no mercado de trabalho. Andrew Pulrang, escritor e militante, define capacitismo como:
- Qualquer declaração ou comportamento dirigido a uma pessoa com deficiência que assume um status inferior para a pessoa por causa de sua deficiência;
- Hábitos sociais, práticas, regulamentos, leis e instituições que operam sob a suposição de que as pessoas com deficiência são inerentemente menos capazes, em geral, menos valiosas na sociedade e/ou deveriam ter menos autonomia pessoal do que é normalmente concedida a pessoas da mesma idade.
O capacitismo pode ser consciente ou inconsciente, individual ou sistêmico. É o fator abrangente que engloba quase todas as barreiras ou desafios que as pessoas com deficiência enfrentam no local de trabalho.
Muitas vezes manifestando-se como um viés inconsciente ou implícito, o capacitismo nos acorrenta aos nossos preconceitos. Isso é grande parte do motivo pelo qual pode ser tão desafiador convencer organizações e indivíduos de que as deficiências são uma forma de diversidade que precisa ser apoiada e capacitada.
Falta de acessibilidade no trabalho remoto e presencial
O capacitismo também se manifesta na falta de acessibilidade dos locais de trabalho e até em seus canais online.
No ambiente digital, existem barreiras de acessibilidade da contratação às avaliações de desempenho. Como exemplos, temos os vários sites de emprego e de empresas não-acessíveis, que excluem pessoas que têm deficiências visuais, funções de mobilidade limitada, etc.
No local de trabalho físico, mesmo com legislações e orientações sobre o tema, ainda se nota a ausência de rampas para cadeiras de rodas, portas automáticas e o uso de tecnologias assistivas, como dispositivos em Braille, por exemplo.
A importância da inclusão de PCDs:
Legenda: A economia, a comunidade e a vida das pessoas podem ser consideravelmente melhoradas. | Imagem: Envato
A economia, a comunidade e a vida das pessoas podem ser consideravelmente melhoradas se as possibilidades de trabalho para pessoas com deficiência aumentarem. Veja as vantagens de ter PCDs trabalhando com você:
Colaboração
Quando membros de uma equipe diversa trabalham juntos, eles desenvolvem soluções criativas para os problemas, pois têm vivências e bagagens culturais riquíssimas. Contratar pessoas com deficiência pode trazer um ponto de vista essencial para as suas discussões.
Melhores resultados
De acordo com a Forbes, pessoas com deficiência trazem um grande sentimento de dedicação ao trabalho, pois passaram a vida inteira enfrentando dificuldades.
Para demonstrar como a contratação de pessoas com deficiência melhorou seus resultados financeiros, muitas grandes empresas compartilharam suas experiências. A Microsoft, por exemplo, declarou que prioriza empregar pessoas que representem com precisão a sua base de clientes – o que inclui pessoas com deficiência.
Redução do turnover
Os empregadores sabem da despesa que o turnover traz. Ao procurar uma carreira, as pessoas com deficiência preferem procurar um emprego seguro e confiável. Como resultado, é mais provável que suas taxas de retenção sejam maiores.
Como promover a inclusão no ambiente de trabalho
Chegou o momento de aprender a incluir de forma prática as pessoas com deficiência no dia a dia da empresa. Acompanhe:
Conheça as necessidades de cada um
A maioria das pessoas pode pensar que trabalhar em casa é fácil. Afinal, você não precisa enfrentar o trânsito estressante para chegar ao trabalho – tudo o que você precisa fazer é ligar o computador.
No entanto, assim como no ambiente de trabalho, as pessoas, sejam elas com deficiência ou não, precisam fazer ajustes adicionais devido à mudança no ambiente de trabalho.
Como cada forma de deficiência tem uma demanda única, os gestores devem primeiro mapear todos os funcionários que possuem deficiência e as adaptações que cada um deles precisa.
Eduque a liderança e a equipe
A inclusão efetiva de pessoas com deficiência requer mais do que apenas contratar PCDs. É fundamental que os executivos obtenham treinamentos e sejam inspirados a fomentar uma cultura que valorize a diversidade.
Além disso, outros funcionários precisam estar prontos para receber PCDs. Com isso, eles podem desenvolver novos processos de trabalho que sejam acessíveis.
Cultive uma cultura diversa
A diversidade deve ser parte permanente da cultura organizacional, com mensagens claras de que todas as formas de discriminação são inaceitáveis.
Ao promover essa cultura, cria-se uma atmosfera de muito mais respeito e empatia, permitindo que todos aceitem positivamente a diversidade.
Ferramentas de acessibilidade para o home office
Legenda: Recursos de acessibilidade para começar a usar na sua empresa. | Imagem: Unsplash
Principalmente por causa da pandemia, tivemos que nos adaptar a novas práticas e ferramentas de trabalho decorrentes do home office, como as videoconferências e as plataformas de compartilhamento de documentos.
Conheça a seguir algumas ferramentas com recursos de acessibilidade para começar a usar na sua empresa:
- Job Access With Speech (JAWS): leitor de tela mais popular do mundo;
- NonVisual Desktop Access (NVDA): leitor de tela portátil e gratuito para Windows;
- Hand Talk: plugin que traduz textos e imagens para a linguagem de sinais;
- Essential Accessibility: solução que engloba diversos recursos de acessibilidade, como mouse visual, teclado na tela, comando de voz, leitor de página, entre outros.
Como é a inclusão de PCDs na sua empresa?
E na sua software house, como esse assunto está sendo discutido e implementado? Trabalhar a diversidade e inclusão nas empresas não gera valor apenas para a sociedade – impacta positivamente toda a cadeia de negócios, incluindo investidores e colaboradores.
Se você gostou desse conteúdo e quer descobrir mais insights sobre gestão de pessoas para a sua software house, navegue pelo nosso blog!
