Migrations: Migração de Dados, o que é, tipos e como implementar

Migrations: Migração de Dados, o que é, tipos e como implementar

Pessoa mexendo em um notebook com imagem digital de uma nuvem sob o teclado.

Neste guia sobre Migrations, confira como esse processo funciona e as melhores práticas para executá-lo em seus projetos!

Tempo de Leitura: 5 minutos

 

Gerenciar dados pode ser um grande desafio dentro de negócios, departamentos e projetos de tecnologia, tanto para desenvolvedores iniciantes quanto de longa data. Por isso, buscar e conhecer recursos e conceitos que contribuam com essa demanda é mais do que válido! Você, por exemplo, sabe o que é Migrations?

Apesar de simples, esse processo pode ser uma solução muito útil e recomendada para realizar mudanças na estrutura do banco de dados de uma aplicação de forma eficiente e controlada, além de ajudar em termos de organização e integração.

Quer saber mais? Então, confira este guia que preparamos para te ajudar a dominar o conceito de Migrations e utilizá-lo para realizar migrações de dados no seu dia a dia. Além de um passo a passo, apresentamos os diferentes tipos de Migration, ferramentas essenciais e boas práticas. Acompanhe!

Conheça nosso manifesto

O que são Migrations?

Simplificando e indo direto ao ponto, Migrations são processos de migração de dados. Scripts que permitem fazer alterações na estrutura do seu banco de dados de maneira sistemática, consistente e reprodutível

Tais alterações podem envolver a criação, edição e exclusão de tabelas, colunas, chaves, índices e outros elementos de uma aplicação ou sistema. 

Como funciona esse processo?

Com o processo de Migrations, você poderá versionar códigos de bancos de dados e sincronizar mudanças entre diferentes ambientes — desenvolvimento, teste, produção, entre outras. 

Assim, a integração das etapas e fluxos de trabalho serão otimizadas e projetos poderão ser executados, ajustados e concluídos sem conflitos ou inconsistências por conta do banco de dados.

Ou seja, esse recurso garante que toda e qualquer modificação no banco de dados seja rastreada e aplicada em todos os níveis do projeto. E as empresas podem melhorar seu gerenciamento de dados e ganhar em termos de mobilidade, segurança, qualidade e governança de dados.

Na prática, existem diversas bibliotecas e ferramentas que ajudam a criar e realizar Migrations (falaremos delas mais adiante), e, geralmente, se dão a partir de duas funções: up e down. Enquanto a função up serve para executar alterações, a função down é usada para desfazer a alteração feita por uma função up, mais ou menos como um avançar e retroceder próprio para o banco de dados.

Tipos de migração de dados

Também é importante dizer que existem diferentes tipos de migração de dados, cada um com desafios e funcionalidades próprias. Vamos conhecê-los?

  • Migração de armazenamento – A migração de armazenamento é o processo de mover dados de um local de armazenamento para outro. Isso pode envolver a transferência de dados entre diferentes dispositivos de armazenamento, como discos rígidos, unidades de estado sólido (SSDs), servidores de rede, sistemas de armazenamento em nuvem, entre outros. O que pode ser necessário pensando em atualizações de hardware, melhorias de desempenho, consolidações de dados e migração para nuvem.
  • Migração de nuvem – A migração de nuvem trata-se especificamente do processo de mover aplicativos e bancos de dados de um data center local para uma infraestrutura de nuvem pública, privada ou híbrida. Isso é importante pensando em obter maior flexibilidade e escalabilidade, redução de custos, um acesso global e ao mesmo tempo controlado, e recursos de recuperação de desastres, garantindo a disponibilidade contínua de dados nos negócios.
  • Migração de aplicativos – Já a migração de aplicativos envolve mover um aplicativo de um ambiente para outro, o que pode incluir mudanças de plataforma, infraestrutura e tecnologia. Esse processo pode ser motivado por uma demanda de atualização, consolidação ou modernização de sistemas, integrações e outras demandas que tragam desempenho, segurança e escalabilidade. 

Ferramentas essenciais para utilização de Migrations

A seguir, conheça algumas ferramentas básicas que mediam o processo de migração de dados em projetos e empresas:

Flyway

O Flyway é uma ferramenta de migração de banco de dados de código aberto que oferece controle de versão para meus bancos de dados. Ele funciona comparando o estado atual do seu banco de dados com as versões anteriores registradas em uma tabela de controle de versão. 

Além disso, ele aplica automaticamente os scripts de migração que ainda não foram executados, mantendo o esquema do banco de dados sincronizado com o código da aplicação, e suporta uma variedade de bancos de dados populares, incluindo MySQL, PostgreSQL, Oracle, SQL Server e outros. 

Liquibase

O Liquibase permite definir alterações no esquema do seu banco de dados usando arquivos XML, JSON, YAML ou SQL e executá-las a partir de uma interface de linha de comando, uma API Java ou um plugin para Gradle, Ant, Maven ou Spring Boot. 

Essa ferramenta é muito útil para rastrear as alterações aplicadas e garantir que cada mudança seja feita uma única vez e em ordem. Por suportar variados bancos de dados relacionais e não relacionais, o Liquibase é uma escolha flexível para diferentes tipos de projetos.

Sequelize

O Sequelize é uma biblioteca ORM (Object-Relational Mapping) para Node.js e outras linguagens JavaScript que suporta vários bancos de dados relacionais, incluindo MySQL, PostgreSQL, SQLite e MSSQL. 

Ainda que não seja uma ferramenta estritamente de migração, ele oferece recursos para realizar alterações no esquema do meu banco de dados de forma programática — o que acontece a partir de classes JS. Ele não oferece um sistema de controle de versão como o Flyway ou Liquibase, mas pode ser integrado a essas ferramentas para dar conta dessa demanda.

Entity Framework Core

O Entity Framework Core permite definir modelos de dados usando classes C# ou VB.NET e oferece recursos para realizar migrações de dados de forma programática em sistemas como SQL Server, SQLite, PostgreSQL, MySQL, Oracle e outros. 

Essa ferramenta também oferece suporte a migrações automáticas, onde as alterações no modelo de dados são refletidas automaticamente no banco de dados durante o tempo de execução, facilitando o desenvolvimento e a manutenção da sua aplicação.

Passo a passo para realizar Migrations

Agora que você já conheceu o básico e a teoria sobre Migrations, que tal falarmos da implementação desse processo? 

    1. Escolha do framework de migração: Dentre as diferentes opções de frameworks de migração disponíveis, é essencial optar por um alinhado com as linguagens de programação e sistemas de gerenciamento de banco de dados do seu negócio ou projeto.
    2. Definição do fluxo de trabalho: Para criar, aplicar e gerenciar migrações de dados com sucesso é importante ter estabelecida uma frequência de migrações e procedimentos para lidar com conflitos e cenários de rollback.
    3. Criação e aplicação das migrações: Sempre que fizer alterações no esquema do seu banco de dados, você deve criar também uma nova migração para capturar essas mudanças. E, então, é necessário aplicá-la ao banco de dados a partir dos comandos apropriados.
    4. Documentação: O quarto passo é documentar cada migração com uma descrição clara das alterações introduzidas ou removidas no esquema do banco de dados, a qual servirá como referência para outros desenvolvedores que estejam trabalhando no projeto.
  • Gerenciamento de rollbacks: Erros e imprevistos acontecem, por isso é fundamental ter suporte para operações de rollback e um processo para lidar com eles com tranquilidade e sem corrupção ou perda de dados.

Boas práticas no uso de Migrations

Junto do passo a passo acima, vale a pena aplicar as seguintes boas práticas ao seu processo de migração de dados:

  • Padronizar os nomes dos arquivos: Vale a pena utilizar nomes descritivos e consistentes para os arquivos de migração, seguindo um padrão específico de data e hora ou um número sequencial. Assim, ficará mais fácil de registrar e se encontrar em meio às Migrations.
  • Evitar alterar migrações executadas: Não é aconselhável modificar ou excluir Migrations já aplicadas em outros ambientes para evitar inconsistências no banco de dados. Se necessário ajustar algo que foi alterado anteriormente, o melhor caminho é criar uma nova Migration.
  • Manter as Migrations simples e focadas: Sempre que puder, crie migrações que se concentrem em uma única alteração por vez. Agrupe apenas quando as alterações envolverem uma mesma tabela, coluna ou entidade. Assim, ficará mais fácil compreender as atualizações e manter o histórico.
  • Testar as migrações antes da implantação: Realizar testes minuciosos das migrações de dados em ambientes de desenvolvimento antes de aplicá-las em produção é importante para validar os ajustes e evitar erros e outros efeitos indesejados.

Leia também: Boas Práticas para o Gerenciamento de Bancos de Dados: Um Guia Abrangente

Pronto! Você já sabe o que precisa para colocar esse processo em prática. Então, siga os passos e nossas dicas para otimizar o gerenciamento de dados dos seu projeto e negócio. E caso queira saber mais…

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