A 4-Day Workweek é uma tendência na área de tecnologia. Saiba como ela funciona no Brasil e confira dicas valiosas para implementá-la.
Tempo de Leitura: 4 minutos
A 4-Day Workweek é uma tendência mundial já aplicada em países como Japão, Nova Zelândia, Reino Unido e também no Brasil. Mas será que a rotina de 32 horas por semana é uma boa ideia para todas as organizações?
Além de considerar a cultura organizacional, é preciso ter cuidado no planejamento. Confira os benefícios deste modelo e dicas para colocá-lo em prática!
O que seria 4-Day Workweek?
Como o nome sugere, a 4-Day Workweek é uma versão reduzida da semana tradicional de 5 dias de trabalho. Não se trata de comprimir as 40 ou 44 horas semanais em 4 dias, mas de reduzi-las para 32 horas, aumentando assim o fim de semana para 3 dias.
Parece uma ideia radical para você? Pois é, o assunto gerou discussões acaloradas nas redes sociais. Mas é importante lembrar que, desde o século 19, viemos diminuindo o número de horas trabalhadas na semana gradualmente. Antes de 1932, os operários brasileiros de indústria cumpriam jornadas de 10 a 12 horas por dia, muitas vezes com horas extras.
O assunto certamente existe há algum tempo, mas foi somente com a pandemia da COVID-19 que as conversas sobre a adoção deste modelo aumentaram. Vamos nos aprofundar neste assunto a seguir!
Produtividade no modelo 4-day workweek
Legenda: Quem trabalha mais, não necessariamente é quem gera mais valor para as organizações. | Imagem: Unsplash
Quando falamos de produtividade em uma semana de 4 dias, o foco da mensuração de efetividade do trabalho muda da quantidade de horas para a quantidade de resultados.
Ou seja, quem trabalha mais, não necessariamente é quem gera mais valor para as organizações.
Como exemplo, podemos ver o experimento da Microsoft do Japão. De acordo com a Forbes, a empresa testou a redução da semana de trabalho e teve um aumento de 40% na produtividade da equipe. Para eles, a conclusão é que, com a carga horária reduzida, os funcionários focaram em trabalhar de forma mais inteligente, em vez de mais exaustivamente.
5 benefícios da semana de 4 dias de trabalho
Desde que haja um plano operacional consistente, existem diversos benefícios na 4-Day Workweek, tanto para os colaboradores quanto para os empregadores.
Também é primordial que a cultura organizacional seja propícia a isso e que as lideranças das corporações estejam bem alinhadas quanto às métricas e resultados esperados. Confira as vantagens:
1. Redução de custos
Uma semana com menos dias úteis reduz custos da empresa. Parece contraditório, mas se pensarmos pela lógica estrutural, menos idas ao escritório trazem menos despesas com instalações e serviços.
2. Atração e retenção
Para atrair e reter os melhores talentos, você precisa ter benefícios que realmente cativem as pessoas. Principalmente quando falamos do mercado de TI, que é um dos mais competitivos quando se trata de recrutar os melhores candidatos. Sendo assim, incorporar a semana de 4 dias úteis é aderir a uma tendência que cresce cada vez mais, e que, na fase atual, é um diferencial competitivo para o seu RH.
3. Bem-estar
Com mais horas disponíveis em seus calendários, os funcionários conseguem colocar seus planos de vida em prática. Seja fazendo mais exercícios, descobrindo um novo hobby, participando de programas de voluntariado ou passando tempo de qualidade com a família. Ao optar por mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a produtividade também aumenta como consequência.
4. Engajamento
Como falamos, mais tempo trabalhando não significa obter mais resultados. De fato, o engajamento pode até diminuir por excesso de estresse e sobrecarga. O cenário é bem menos provável de acontecer quando as pessoas estão satisfeitas e felizes em seu dia a dia. Ao trabalhar quatro dias por semana, elas ganham mais tempo para descansar e se recuperar, o que faz com que voltem para o escritório prontas para assumir novas responsabilidades.
5. Menos absenteísmo
Um dia extra de folga durante o horário comercial tradicional é o encaixe perfeito para as necessidades pessoais. Consultas médicas, aulas e outros compromissos podem ser cumpridos sem que o colaborador precise faltar, o que tende a diminuir a taxa de absenteísmo.
Dicas para implantar o 4-Day Workweek
Legenda: Pode ser um desafio se a sua equipe não estiver preparada. | Imagem: Unsplash
Mudar para a 4-Day Workweek pode ser um desafio se a sua equipe não estiver preparada. Não basta ter boas intenções, é preciso preparar o time, organizar a agenda de trabalho e planejar com prioridades em mente. Entenda:
Teste e mensure!
Só faz sentido aderir ao modelo se você tiver confiança na sua equipe e souber os resultados que essa mudança está trazendo de fato. E, para isso, é preciso acompanhar os indicadores de desempenho do time regularmente. Veja o progresso durante a fase de teste da 4-Day Workweek para entender se é uma boa ideia para a sua empresa, ou não.
Reduza o tempo gasto em reuniões
Você já ouviu falar em reuniões que poderiam ser um e-mail? Segundo a Tech Republic, 83% dos profissionais gastam entre 4 e 12 horas em reuniões semanalmente. É assustador pensar nesse número, certo? Por isso, concentre os esforços no que realmente fará a equipe gerar valor.
Informe seus clientes e fornecedores sobre a mudança
A semana de 4 dias ainda é uma realidade para poucas empresas. Sendo assim, as outras companhias provavelmente ainda terão expedientes normais de segunda à sexta. É essencial que você comunique a todos com quem se relaciona sobre a mudança – isso ajuda a evitar confusões e desentendimentos sobre prazos ou outras questões.
4-Day Workweek no Brasil
No Brasil, a primeira organização a experimentar a 4-Day Workweek foi a ZeeDog, de acordo com a Exame. Contudo, em 2022, já temos várias empresas que testaram ou estão testando a jornada reduzida. Entre elas, destacam-se empresas de tecnologia como a Winnin, Gerencianet e Crawly.
Mas e quanto à legislação, precisamos nos preocupar? A resposta é não! A CLT, Consolidação das Leis do Trabalho, afirma que a jornada deve ser de 8 horas por dia e no máximo 44 horas semanais, mas não impede jornadas menores.
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